quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A bicicleta como "modinha", e uma reflexão acompanhada de advertência...

Estamos vendo nos últimos tempos uma maior publicidade da causa da bicicleta nas mídias em geral. Redes de televisão tem realizado campanhas para a utilização cotidiana das bicicletas, eventos relacionados à temática são mostrados (mesmo que na maioria das vezes em curtos espaços de tempo, e de maneira "folclórica"). 
Se como entusiasta essa exposição me agrada? Sim, claro que ver a bicicleta em evidência, e pessoas adotando a bicicleta no seu dia a dia é muito interessante. Porém, junto com essa exposição me vem um certa desconfiança, até mesmo um certo medo de como essa exposição se desenvolverá, se teremos uma consicentização de forma mais efetiva, ou se toda essa exposição é apenas um meio de se alimentar o consumo de bicicletas e todos os artigos relacionados ao seu uso... É necessário realmente que haja essa exposição, e acredito que boa parte dela aconteça para o fomento do consumo de uma classe de produtos... Mas o que devemos fazer nós, ativistas, é utilizar esse aparato midiático para a consolidação de uma Mobilidade Urbana justa e igualitária...
Porém, tenho uma advertência para os cicloativistas, feita por Cornelius Castoriadis, citado por Ned Ludd (um apelido obviamente, depois procuro o nome de batismo do sujeito) no primeiro capítulo do livro "Apocalipse Motorizado". Castoriadis afirma que não podemos achar que apenas a modificação da técnica é suficiente para o surgimento de uma nova sociedade... Portanto, num primeiro momento concordo com Castoriadis, e trazendo para termos atuais, não será apenas com a bicicleta que faremos uma nova sociedade com novas convivências... É necessário algo mais...

Referências: 
CASTORIADIS, Cornelius; COHN-BENDIT, Daniel. Da Ecologia à Autonomia. São Paulo: Brasiliense, 1981. p. 7. Tradução de Luiz Roberto Salinas Fortes.
LUDD, Nedd (org.). Apocalipse motorizado : a tirania do automóvel em um planeta poluído ; tradução Leo Vinicius ; ilustrações de Andy Singer. 2. ed. rev. São Paulo : Conrad, 2005.


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

De Bicicleta em minha cidade... Uma preliminar e rasa reflexão sobre o cicloativismo

Já escrevi alguns textos sobre o tema... sempre na tentativa de me animar a escrever algum tipo de blog, ou algo similar, onde eu possa expressar minha opinião... A bicicleta para mim, desde quando comecei a utlizá-la como meu principal meio de locomoção, se tornou muito mais do que um mero meio de transporte, um pedaço de alumínio com partes de borracha... ela se tornou um meio de diversão, de repensar atitudes, ela me levou a conhecer novas pessoas, fazer amigos, sentir de forma mais efetiva a minha cidade... bem mais do que se eu estivesse enfurnado dentro de um carro ou de um ônibus lotado.
Não quero ser redundante em minhas falas, mas a minha fala vem para reforçar uma necessidade que sinto ser preemente nesse momento, principalmente nesse período de campanha eleitoral em nosso município. Me refiro a necessidade de efetiva mobilização dos usuários da bicicleta para a sua utilização de forma digna, com infraestrutura adequada e com respeito dos outros componentes da nossa complicada Mobilidade Urbana. O famoso cicloatvismo... Nesse ponto, creio que somos bem contemplados em nossa cidade, temos diversas iniciativas que estão a demonstrar para a população e para o Poder Público os nossos anseios. Realizamos diversas Bicicletadas, que vejo como as prinicipais inciativas para a visibilidade de nosso movimento, algumas com mais membros, outras com membros, mas sempre com uma regularidade de propósitos e de luta. Além das Bicicletadas, a realização dos Desafios Intermodais são outra forma de chamar atenção na questão da eficiência dos meios de locomoção, dentro de um mesmo percurso, sempre se levando em conta a aferição das emissões...
Nesse momento de campanha eleitoral, a inciativa de se elaborar uma carta de compromisso para os candidatos à Prefeito na cidade de Maringá é primordial para marcarmos território, exigindo um comprometimento efetivo desses prefeituráveis com a causa da Bicicleta em nossa cidade...
Por fim, os passeios noturnos, mesmo que não aparentam num primeiro momento uma concepção de Cicloativismo, em minha opinião vêm a contribuir para todo esse ideal. Os passeios noturnos criam uma rede de relacionamentos, baseados na amizade criada nessa sucessão de passeios, e que fortalecem as ações que visam a promoção da bicicleta como alternativa viável para utilização cotidiana...

É isso aí pessoal, pretendo desenvolver esse tema de forma mais concisa futuramente...

Abraços a todos!!